Informe n.º 563


Índios realizam o primeiro Encontro Nacional de Povos Ressurgidos

Cerca de 90 lideranças indígenas de 40 povos vão participar, de hoje a 20 de maio, do I Encontro Nacional dos Povos Indígenas em Luta Pelo Reconhecimento Étnico e Territorial, em Olinda, PE. A abertura acontece hoje a partir das 20 horas.

Temas como "Desaparecimento e Ressurgimento": Uma abordagem histórica e antropológica sobre os povos atualmente em luta pelo reconhecimento; Rompendo o Silêncio e a Repressão: Uma abordagem sobre os direitos historicamente conquistados pelos povos indígenas e o desafio do reconhecimento étnico territorial, serão debatidos durante o encontro.

Esta iniciativa inédita tem o objetivo de socializar as informações sobre as dificuldades enfrentadas pelos povos, identificar os desafios comuns e estabelecer uma pauta de reivindicações, em nível nacional, para favorecer ações articuladas e trocar experiências sobre as diferentes formas de lutas. Como conclusão, os índios irão elaborar um documento com propostas a ser entregue em audiências com o ministro da Justiça e o presidente da Funai.

Com a assessoria do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), do antropólogo João Pacheco e do historiador Edson Hely, o encontro contará com a presença de representantes da Procuradoria Geral da República - 6ª Câmara de Coordenação e Revisão, Associação Brasileira de Antropologia, Ministério da Justiça, Funai, Ação Nacional Indigenista - ANAI - BA,Centro de Cultura Luiz Freire e Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva - MG.


Cinco mil invadem terra indígena em Rondônia

Uma invasão em massa à terra indígena Uru-eu-wau-wau, localizada no município de Montenegro, região de Ariquemes, em Rondônia, colocou em estado de alerta os 300 índios que vivem na área.

A invasão aconteceu no último dia 20 de abril e contou com três mil pessoas. Hoje, já com cinco mil pessoas vivendo no local, a desintrusão dos invasores tornou-se ainda mais difícil. Além do número crescente de invasores, existe mais um agravante para solução do caso, as autoridades locais dizem que o grupo, que se intitula Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia, está fortemente armado.

Em decorrência dos fatos acontecidos, na última sexta-feira, Martim Mund, funcionário do IBAMA, e sua esposa, a ex-juíza classista do TRT/AC, Marines Aut, foram presos acusados de liderar a invasão a mando e com financiamento de um grupo de comerciantes, empresários, madeireiros e fazendeiros da região de Ariquemes e Monte Negro. Também incriminado judicialmente, o grileiro José Domingos está foragido.

A senadora Fátima Cleide, do PT de Rondônia, em pronunciamento denunciou "a prática sistemática, criminosa, de invasão de áreas indígenas". Em sua opinião, é preciso que sejam tomadas providências urgentes contra as invasões e o comércio ilegal de venda de terras.

Nos últimos anos, as invasões da terra indígena Uru-eu-wau-wau têm sido constantes, porém nenhuma outra teve tamanha gravidade. O grande número de invasores coloca em risco a sobrevivência desse povo de recente contato.

É importante lembrar o acordo firmado entre os povos indígenas de Rondônia e o Movimento Sem Terra local, assumindo o compromisso de respeitar os territórios indígenas e colaborar para que não aconteçam invasões como esta.

Portanto, como pedem as organizações indígenas de Rondônia e Amazônia, é fundamental uma ação imediata do governo federal na retirada e proteção desta terra indígena.

Brasília, 15 de Maio de 2003.
Cimi - Conselho Indigenista Missionário




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