Informe n.º 545


Macuxi é encontrado morto na terra indígena Raposa/Serra do sol

Indígena Macuxi, Aldo da Silva Matos, da comunidade de Lage, em Roraima, desapareceu no dia 2 de janeiro, depois dese dirigir à Fazenda Retiro, localizada na terra indígena Raposa/Serra do Sol, onde foi buscar um bezerro de suapropriedade. Nesta quinta-feira (09/01) o corpo do indígena foi encontrado enterrado numa cova rasa à 1.500 metros dasede da fazenda.

Comunidade indígena suspeita que o crime tenha sido cometido por dois empregados da fazenda que estão foragidos. Oproprietário da fazenda, Francisco das Chagas de Oliveira da Silva, é reconhecido como inimigo dos índios e respondejudicialmente por tentativa de homicídio contra outro indígena Macuxi.

No dia 6, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) solicitou providências a Polícia Federal e a Funai/RR. O delegado da PolíciaFederal não ouviu depoimentos e impediu que os índios acompanhassem as buscas por Matos e até ontem não nada haviasido apurado.

Por sua vez, o fazendeiro que é vereador do município de Uiramutã, acionou a Polícia Militar para fazer a sua segurança. OComando da PM enviou 30 policiais do Grupo de Operações Táticas Especiais (Gate) que estão no interior da fazenda.

O CIR está solicitando do Ministério da Justiça o envio de agentes da Policia Federal para que faça a remoção do corpo eproceda as perícias necessárias ao esclarecimento do crime. Além disso, solicitará também a retirada imediata do fazendeiroda área indígena para evitar novas violências por parte dos invasores.

A terra indígena Raposa/Serra do Sol foi demarcada em 1998 e aguarda apenas a assinatura do decreto de homologação pelopresidente da República. A Funai já está procedendo a retirada dos invasores, com o levantamento das benfeitorias. Algunsdeles resistem em desocupar a área e o clima é de permanente tensão na região.

O Cimi espera do novo governo, providências para que sejam punidos os responsáveis por mais esta violência e que conclua,de uma vez por todas, a homologação e desintrusão da terra indígena Raposa/Serra do Sol, como um primeiro ato simbólicode compromisso com os direitos dos povos indígenas no Brasil.


Formação constantea

Diversidade e a abrangência da causa indígena exige formação e qualificação permanente dos que querem fazer partedesta luta. Frente a esta realidade, o Cimi promove anualmente, desde a década de 80, cursos de formação para seusmissionários. Durante os dias 09 a 30 de janeiro de 2003, cerca de 60 missionários vão estar reunidos no Centro de Formação Vicente Canhas, no Curso de Formação Básica, divididos nas 1ª e 2ª etapas.

O novo cenário político, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, indica que várias mudanças podem acontecer no país,dentre elas na política indigenista, indicando também que a formação dos que querem atuar junto aos povos indígenas na lutapelos seus direitos, deve ser intensificada. O Curso de Formação Básica propicia subsídios e instrumentos necessários àcompreensão da realidade indígena e indigenista do país, para os novos missionários. Durante o curso, os novos integrantes da entidade terão estudos sobre história do Cimi e do movimento indígena, teologia,antropologia, direitos indígenas, política indigenista, análise de conjuntura e metodologia de planejamento, coordenados porespecialistas de cada área.

Brasília, 09 de Janeiro de 2003
Cimi - Conselho Indigenista Missionário




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